À BRUTO

Querida Europa,

É Portugal quem te escreve. Sim, o das caravelas. Continuamos a falar nas caravelas. Não temos nada melhor para alimentar a nostalgia. Não tivemos um império glorioso (aquele conjunto de armazéns de especiarias fortificados não conta), não nos podemos gabar de termos sido uma potência militar durante séculos a fio ou de termos começado guerras mundiais (não leves a mal, Alemanha). Nem sequer temos o orgulho de ter inventado coisas que mudaram o mundo como o dirigível a jacto (obrigado, Roménia) ou o maçapão com sabor a batata (não precisavas de te incomodar, Lituânia, a sério). A não ser que queiras ouvir falar do sextante de bolha artificial. Queres? Bem me parecia que não.

Para começar, e porque o assunto é delicado, esperamos que não vejas isto como ingratidão. Apreciámos muito o dinheiro todo e as bonitas auto-estradas que pudemos construir com ele. Graças à tua generosidade, temos hoje auto-estradas para quase todo o lado. Incluindo auto-estradas que ligam outras auto-estradas, auto-estradas que não ligam coisa alguma e auto-estradas que, milagrosamente, se transformaram em vivendas com piscina e carros de luxo.

O que queríamos pedir é muito simples. Achas possível moderar o apontar de dedo? Calma, não te enerves. Não estamos a tentar negar culpas. Mas tenta ver as coisas pelo nosso lado. É claro que as coisas não estão bem e não é de agora (temos tido uns problemazitos de gestão ao longo dos últimos séculos). E há a tal a crise… Não fomos nós que a começámos e há agências de rating financeiro com nome de geladaria rasca que, palavra de honra, parecem mesmo ter alguma coisa a ganhar com as nossas dificuldades, tal é o empenho com que nos vão piorando ainda mais a situação por motivos que, às vezes, parecem um bocado arbitrários. Só porque sim. Porque os vizinhos também estão mal, porque gastam fortunas em computadores de brincar para as crianças ou porque têm o cabelo demasiado escuro para serem economicamente viáveis.

A nosso favor, reconheça-se que nunca acreditámos realmente naquela história de sermos bons alunos e exemplos a seguir que andámos a ouvir-te durante as décadas que passaram. Tivemos perfeita consciência de que dizias essas coisas porque te era útil encontrar casos de sucesso que pudesses atirar à cara de quem não gostava de ti e insistia em dizer-te que não eras grande ideia. Se calhar, da mesma forma que precisas agora de encontrar culpados à força para que não se pense que a culpa pode ser tua.

Afinal, se as coisas não estão bem por aqui, não se percebe como só agora percebes e como deixaste que chegássemos a este estado, já que tens acompanhado de muito perto tudo o que temos feito e, em muitos casos, até tens sido tu a mandar. Nem sequer nos queixámos muito quando nos mandaste transformar barcos de pesca em combustível de lareira ou quando achaste que seria melhor arrancar as oliveiras e plantar girassóis.

Não vejas isto como ameaça, até porque somos um país demasiado pacato para fazer ameaças, mas, se continuares a ser desagradável connosco, talvez nos mostremos menos hospitaleiros no próximo Verão, quando vieres passar férias. Talvez façamos vista grossa quando fores nadar pelo Atlântico fora como se estivesses no lago inofensivo lá de  casa e precisares de ajuda para sair. Talvez não te ajudemos a chegar ao hotel quando abusas na prova de vinhos. Ou, quando apanhares um táxi no aeroporto, podemos levar-te num atalho que passe por Penafiel, Portimão e  Alcoentre antes de chegar a Sintra.

Pensa nisso.

Sempre com amizade,

Portugal

(obviamente, daqui)

tudo roubado daqui

é que nem vale a pena dizer nada...

Ver o Prós e Contras é como ficarmos sentados em frente a uma linha de ferrovia que não tem manutenção há 50 anos mas onde continuam a passar os comboios. Sabemos que, mais cedo ou mais tarde, vai haver merda.

A Doutora Fátima Campos Ferreira (e o que ela gosta que lhe chamem de "doutora". conselho a quem, por obra do acaso ou do legal, poderá ser convidado a participar no Prós e Contras: querem conquistar a moderadora no debate? chamem-lhe senhora doutora.) fez, esta semana, uma série de perguntas a um economista espanhol sobre o rating financeiro da "República Espanhola".

Enquanto uns tentam esconder a sua sexualidade, outros fazem alarde da mesma. Vem isto a propósito de 2 "notícias" que li hoje na internet.

A primeira consistia numa promoção da exposição "Sexpressions", que "mostra uma viagem ao mundo do amor e do sexo através de fotografias íntimas de Clara Pinto Correia, pelas mãos do fotógrafo Pedro Palma."

As fotos representam as expressões da "escritora" e "investigadora" enquanto atinge um orgasmo, supostamente enquanto praticava o amor com o fotógrafo e são acompanhadas com um texto da autoria da mesma.

Quando olho estas fotos, só penso: ela está a fingir. Aliás, no caso de CPC, não me admiraria se estivesse a plagiar uma cena que viu num filme ou numa qualquer revista Gina. Mas é arte.

O seu texto também está pejado de referencias. Só CPC consegue colocar no texto que acompanha os seus orgasmos fotografados, no mesmo texto, John Locke, Alexandre o Grande, a cadela Bolota e Ben Franklin e as mulheres bíblicas na menopausa. A sério. Leiam.

Não quero dizer que vale a pena, mas leiam.

Pelo menos duma coisa estou certo: este  texto não foi plagiado.

Não foi melhor ela saber assim?

Preçário Olá, 1986 - gentilmente surrupiado deste senhor

É que, quer ele queira quer não queira, a partir de agora, é público...

Não sei se devia agradecer ao Ruim por me ter mostrado este maravilhoso site, mas fiquei fã.

Será que há um em porn?

2 dias passados e ainda não há online nenhuma foto da Cláudia Jacques (quem?) nua.

Não faz mal, era só para ilustrar o facto de ter lido as declarações de Cláudia Jacques (quem?) no "wannabe" tabloide que é o 24 horas, em que esta se manifesta preocupada com as reacções que as filhas (de 13 e de 6 anos) possam vir a ter no colégio.

UPDATE - encontrei http://www.gluvox.com/tag/portugal/  e, já agora, um comentário - 44 ANOS?!?!? DASS!!!

"it brought to me a whole new perspective to the MILF concept"

Na pequena cidade russa de Meshchovsk, um gajo de 32 anos, de seu nome Viktor, entrou armado numa cabeleireira ao fim do dia e exigiu o dinheiro da caixa. Não estava à espera que a dona, Olga, de 28 anos, fosse karateka e o subjugasse (e acho que o termo a reter desta históra é mesmo esse).

A jovem prontamente imobilizou-o com o fio do secador de cabelo (hum?!?!)e prendeu-o na cave, depois de mandar as empregaditas para casa e de as informar que iria chamar a polícia. Ora, até aqui tudo bem.

But the plot thickens...

Olga virou-se para o meliante e, depois de o prender ao aquecimento com umas algemas de pelúcia rosa, ordenou-o que tirasse as calças. E de seguida, violou-o. Durante 3 dias, Viktor teve uma ração à base de Viagra e foi violado repetidas vezes.  Ao 3.º dia, Olga libertou-o e disse-lhe para desaparecer da vista dela. O que a jovem ninfomaníaca não esperava era que ele, depois de ir tratar dos genitais doridos ao hospital, fosse directamente para a polícia apresentar queixa por violação.

Segundo Olga, que se mostrou bastante ofendida com o facto, disse à Polícia que o tinha alimentado, tinha-lhe dado um par de jeans novas e ainda lhe deu 1000 rublos (cerca de 20 euros...):

- What a bastard,” the woman said about Viktor. “Yes, we had sex a couple of times. But I’ve bought him new jeans, gave him food and even gave him 1.000 roubles (around $ 30) when he left.”

Ambos têm pendentes acusações criminais: um por violação e o outro por assalto.

Segundo as fotos divulgadas na imprensa, a Olga até nem era assim nada de nojento:

Olga, cabeleireira e ganda maluca.

Duvidam? Vejam lá aqui.

Espero que a moda não chegue a Portugal... apesar de haver uma ou outra cabeleireira que não me importava nada que me violasse durante 3 dias seguidos. e ainda levar umas Léves pra casa? Oh Viktor, és paneleiro ou q? 

Acho que, finalmente, e porque decidi romper os preconceitos auditivos que tinha em relaçao a este artista, começo a reconhecer o genial valor do Bob Dylan, sobretudo como poeta. Este fim de semana, tem andado a rodar incessantemente na minha playlist mental este incrivel poema:

Once upon a time you dressed so fine
You threw the bums a dime in your prime, didn't you?
People'd call, say, "Beware doll, you're bound to fall"
You thought they were all kiddin' you
You used to laugh about
Everybody that was hangin' out
Now you don't talk so loud
Now you don't seem so proud
About having to be scrounging for your next meal.

How does it feel
How does it feel
To be without a home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?

You've gone to the finest school all right, Miss Lonely
But you know you only used to get juiced in it
And nobody has ever taught you how to live on the street
And now you find out you're gonna have to get used to it
You said you'd never compromise
With the mystery tramp, but now you realize
He's not selling any alibis
As you stare into the vacuum of his eyes
And ask him do you want to make a deal?

How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?

You never turned around to see the frowns on the jugglers and the clowns
When they all come down and did tricks for you
You never understood that it ain't no good
You shouldn't let other people get your kicks for you
You used to ride on the chrome horse with your diplomat
Who carried on his shoulder a Siamese cat
Ain't it hard when you discover that
He really wasn't where it's at
After he took from you everything he could steal.

How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?

Princess on the steeple and all the pretty people
They're drinkin', thinkin' that they got it made
Exchanging all kinds of precious gifts and things
But you'd better lift your diamond ring, you'd better pawn it babe
You used to be so amused
At Napoleon in rags and the language that he used
Go to him now, he calls you, you can't refuse
When you got nothing, you got nothing to lose
You're invisible now, you got no secrets to conceal.

How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?

(e ja que andamos aos trambolhoes, ao menos que o façamos com estilo..)