Segunda-feira, 14 de Março de 2011

Islândia: Governo demitiu-se + Povo não quis mais do mesmo = País saiu da bancarrota, pelo próprio pé.

Islândia: o Governo demitiu-se, o povo não quis mais do mesmo, o país saiu da bancarrota, pelo próprio pé.

 

por Ricardo Passarinho a quinta-feira, 10 de Março de 2011 às 1:06

A partir de um e-mail recebido hoje, 10/3/2011.

 

  

 

"Por incrível que possa parecer, uma verdadeira revolução democrática e anticapitalista ocorre na Islândia neste preciso momento e ninguém fala dela, nenhum meio de comunicação dá a informação, quase não se vislumbrará um vestígio no Google: numa palavra, completo escamoteamento. Contudo, a natureza dos acontecimentos em curso na Islândia é espantosa: um povo que corre com a direita do poder sitiando pacificamente o palácio presidencial, uma "esquerda" liberal de substituição igualmente dispensada de "responsabilidades" porque se propunha pôr em prática a mesma política que a direita, um referendo imposto pelo Povo para determinar se se devia reembolsar ou não os bancos capitalistas que, pela sua irresponsabilidade, mergulharam o país na crise, uma vitória de 93% que impôs o não reembolso dos bancos, uma nacionalização dos bancos e, cereja em cima do bolo deste processo a vários títulos "revolucionário": a eleição de uma assembleia constituinte a 27 de Novembro de 2010, incumbida de redigir as novas leis fundamentais que traduzirão doravante a cólera popular contra o capitalismo e as aspirações do povo por outra sociedade.

 

Quando retumba na Europa inteira a cólera dos povos sufocados pelo garrote capitalista, a actualidade desvenda-nos outro possível, uma história em andamento susceptível de quebrar muitas certezas e sobretudo de dar às lutas que inflamam a Europa uma perspectiva: a reconquista democrática e popular do poder, ao serviço da população."

 

In http://www.cadtm.org/Quand-l-Islande-reinvente-la

 

 

"Desde Sábado, 27 de Novembro, a Islândia dispõe de uma Assembleia constituinte composta por 25 simples cidadãos eleitos pelos seus pares. É seu objectivo reescrever inteiramente a constituição de 1944, tirando nomeadamente as lições da crise financeira que, em 2008, atingiu em cheio o país. Desde esta crise, de que está longe de se recompor, a Islândia conheceu um certo número de mudanças espectaculares, a começar pela nacionalização dos três principais bancos, seguida pela demissão do governo de direita sob a pressão popular.

 

As eleições legislativas de 2009 levaram ao poder uma coligação de esquerda formada pela Aliança (agrupamento de partidos constituído por social-democratas, feministas e ex-comunistas) e pelo Movimento dos Verdes de esquerda. Foi uma estreia para a Islândia, bem como a nomeação de uma mulher, Johanna Sigurdardottir, para o lugar de Primeiro-Ministro."

 

In http://www.parisseveille.info/quand-l-islande-reinvente-la,2643.html


Sábado, 25 de Abril de 2009

A Liberdade já passou por aqui

Tendo eu já vivido em 2 localidades cujas autarquias eram "comunistas", os festejos do 25 de Abril de que me lembro da minha mocidade eram grandiosos. Grandiosos é exagero, mas notava-se uma real afluência às actividades. Concertos, actividades várias para crianças e adultos, os discursos da praxe dos caciques e dos poderzinhos... o costume.

Em virtude dessas vivências e do carácter pedagógico de muitas dessas acções percebo, hoje, que era fácil para uma criança, na altura (early to mid 80's), compreender minimamente o que se tinha passado naquele dia para podermos ir pintar para a praça da vila, livremente, palavras  de ordem (ou valores essenciais) como igualdade, Fraternidade, Liberdade. (desenhos de chaimites ou espingardas com  flores também faziam sucesso). Felizmente, em casa sempre tive acesso a informação e, sobretudo, vontade de a absorver.Daí a perceber o que foi o Estado Novo foi um pequeno passo.

Mais tarde, já adolescente e adulto, cheguei a falar com pessoas que estavam e estiveram dos dois lados da barricada. Muito sinceramente, acredito que houve ditaduras muito piores do que a nossa, mais castradoras da(s) liberdade(s), mais persecutórias, mais eficazes. Mas não é por isso que a nossa ditadurazinha (tão portuguesa) não deixou de ser um dos piores períodos da nossa História, por todas as razões que são sobejamente conhecidas e documentadas. Não gosto de apontar nomes, mas Salazar foi um dos maiores responsáveis pelo Estado que se criou.  Assim como o foi, nos bastidores e para efeitos de marketing, António Ferro que criou, à volta de Salazar, um mito (do qual, ainda hoje, não se sabe se está muito distanciado da realidade) de um homem austero, mas paternal, retratado como o Salvador da Nação. António Ferro era um homem avançado para a época, de reais capacidades de marketing político cujo objecto promocional não era. de todo, o mais, vá, democrata. Assim, compreendo porque ainda existam restícios dessa imagem Sebastiânica à volta de Salazar. E, hoje em dia, há muitos Antónios Ferros por aí. Os adeptos da teoria da conspiração (dos quais eu sou um adepto hooligan) esfregaram as mãos de contente ao verificar que iria ser transmitida uma estupidamente óbvia limpeza de imagem do ditador, na figura de uma série emitida em horário nobre, em que Salazar é um charmoso galã que até papa camones e astrólogas bisexuais. Com isto, consegue-se dar uma dimensão humana à então figura de proa da Nação, coisa muito em voga e apetecida pelos consumidores de política. (não esquecer que toda a política é um espectáculo)

Ora, com isto, e para não tornar o texto demasiado comprido, compreendo que ainda existam, em Portugal, ruas e praças com o nome de Salazar. Assim como compreendo que haja Plazas ou Calles em Espanha com o nome de Franco.

O que não compreendo é que se deixe passar, impunemente, o verdadeiro insulto à memória de quem sofreu e morreu às mãos de um regime fascista, neo-fascista, quasi-fascista, clerico-fascista -  o que lhe quiserem chamar - que foi, desde 1933 até 1974, uma ditadura totalitária liderada por António de Oliveira Salazar primeiro e, mais tarde, por Marcello Caetano.

O insulto que é dignificar o seu nome, exactamente no dia em que, finalmente, os militares se revoltaram contra um sistema podre que os obrigava a lutar uma guerra que eles sabiam que não iriam vencer destruindo, no processo, o próprio sistema de Estado e seus dirigentes (sim, porque muitos PIDES, PJ's e GNR's continuaram no activo durante muitos anos com os mesmos tiques fascizantes que o próprio sistema tinha e lhes dava, ao lhes dar o poder dos poderzinhos). O insulto que é inaugurar a requalificação da calçada e do Ecoponto duma praça, que por acaso tem o nome de Dr. Salazar...

Esperem..

Mas isto tudo porque a calçada vai ser arranjada? E faz-se uma inauguração da obra? E exactamente no dia 25 de Abril? Estamos em anos de eleições, certo? E os poderzinhos, neste caso, autárquicos continuam a ser obtusos e insensíveis a esses pormenores? Ou os portugueses, que sempre foram passivos, deixando que 48 anos de botas lhes pisassem os direitos, continuam passivos e continuarão passivos até que surja um novo Salvador, desta vez de pantufas e fato Armani, para nos podermos queixar dele, como só nos o sabemos fazer? 

Os Portugueses são acomodados por natureza e, feliz ou infelizmente, estão cada vez mais desligado do espectáculo que se tornou a política. Ainda bem. Talvez quando o novo salvador da nação chegar e nos lembrarmos de como era bom quando eramos livres, talvez aí, o Português se aperceba que fazer política está nas nossas mãos, manifestando-se, unindo-se a outras pessoas com causas  comuns, tendo em mente o que os putos gostava de pintar nas pedras da praça da minha terra, não os chaimites, mas aquelas minudências como a Igualdade, a fraternidade e aquela outra... ah, sim, a Liberdade.


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