Depois do terramoto que aconteceu no mesmo dia em que o casamento entre rabilós ia à Assembleia da República, depois do estranho temporal que afectou uma grande parte da região Oeste e norte de Lisboa, milhares de polvos (bem, 650 kgs deles, pelo menos) resolveram tomar um banho de sol prolongado nas praias de Gaia, perecendo pelo caminho.
De facto, os polvos nunca primaram pela inteligência, apesar da série italiana dos anos 80 com o mesmo nome (La Piovra) nos tentar induzir em erro. Ao sairem do seu habitat natural, os polvos fizeram como os Afonsinhos do Condado e deitaram-se no chão, rebolaram na areia. Sozinhos? Nãããão.
Juntamente com eles, fizeram o favor de trazer mais um mistério
Juntamente com a polvaria, apareceu uma perna humana . E ainda calçada numa bota de borracha.
Num tom mais sério, e para tentar aventar algumas outras explicações menos apocalipticas:
toda a gente sabe que o polvo macho, depois de acasalar, morre. Ou seja, isto pode ter sido uma despedida de solteiro que correu bem demais (o chamado "ir às polvas", patrocinado pelo noivo).
Também pode ter acontecido que o polvos tentaram vingar-se da espécie humana de uma vez por todas, tendo começado no pobre infeliz que não teve tempo para fugir, deixando por lá a perna. Toda a gente sabe que o polvo unido jamais será vencido.
Também pode ser que os polvos tenham sido marginalizados pelas outras espécies marinhas. Convenhamos que um bicho com 8 patas e uma série de ventosas tem todas as armas para ser um gajo chato, daqueles que não descola. Além disso, são feios pra caramba.
Seja qual for o resultado - e que, aposto, nunca se irá conhecer - pelo sim, pelo não, eu vou deixar de comer polvo durante uns tempos.
Por respeito.
. PORQUE A MÃE JÁ TEM CARA ...