Gosto de histórias em que o autor se confunde com o próprio enredo que escreveu. Mas não me lembro de ver um filme em que essa liberdade criativa fosse tão bem explorada para bem do nosso entretenimento.
É difícil aguentar uma história absurda até onde é possível sem percebermos se se trata de uma tragédia ou uma comédia e torná-la suportável e, pior, coerente e interessante, mas acabei de ver "Contado Ninguém Acredita", (Stranger than Fiction, no original) e o estupor do filme faz isso tudo.
Marc Forster (o mesmo que faz o Bond Quantum of Solace) não faz um excelente trabalho, caindo nas armadilhas dos facilitismos melodramáticos, mas é muito eficiente.
E não se assustem só por ter o Will Ferrel, ele faz alguns filmes estúpidos mas safa-se bastante bem neste papel (dramático?cómico?) e tem uma excelente, cada vez maior Emma Thompson e um Dustin Hoffman em modo automático (ou seja, não consegue ser mau). Maggie Gyllenhaal faz o papel da "jovem-bonita-prá-frentex-por-quem-a-personagem-principal-se apaixona".
Vale o que vale, mas recomendo Stranger than Fiction.
. PORQUE A MÃE JÁ TEM CARA ...